domingo, 6 de dezembro de 2009

Querida mãe,

Ninguém consegue imaginar a dor que sinto e que, cada vez mais, vai aumentando… acho que está a atingir o limite.
Quando partiste, levaste contigo o meu coração. Partiste e levaste todo o sentido da minha vida. Deixaste-me sem um olhar profundo que me entendesse sem palavras, sem umas mãos aconchegantes, sem colo para me proteger.
Não tive tempo de aprender a dizer adeus, não tive tempo de te dar um último abraço, de escutar a tua voz, de guardar o teu cheiro, de aprender a viver sem ti.
Desejava o meu futuro junto do teu, poder crescer e ter o teu apoio. Poder aprender a viver contigo, abraçar-te nas alegrias e tristezas, contar-te as histórias que para mim diziam tudo e tu rias-te porque no fundo não significavam nada… partilhar os dias contigo era o que desejava, mas já não é possível.
Não sei onde estás mas tenho saudades tuas. Todos os dias choro, todos os dias procuro a razão de te terem levado para longe de mim, todos os dias pergunto se me ouves quando te chamo.
Lembras-te quando tive aquele pesadelo? Acordei, corri para a tua cama e contei-te… sorriste para mim e disseste «não te preocupes amor, estás a dar vida à mãe». Porquê que isso não foi verdade mãe?
Onde estás? Posso ir ter contigo? Quero ver o teu sorriso, preciso dele.
Desistiria de tudo para te voltar a ver só mais uma vez. Deixa-me estar contigo. Sei que também tens saudades dos teus meninos. Já não aguento a dor da tua ausência. Vem buscar a minha vida para perto da tua.

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